Mitos e verdades sobre os motores flex

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Ao trocar de combustível, é preciso rodar um pouco antes de desligar o motor
VERDADE – A central eletrônica do sistema flex requer algum tempo para reconhecer o novo combustível, para assim definir as melhores condições de queima. Toda vez que a bóia do tanque se movimenta por abastecimento, o sistema de aprendizado da central eletrônica tenta entender o que mudou para definir novos parâmetros. A recomendação dos especialistas é que, ao trocar de um combustível para o outro, deve-se rodar cerca de 5 quilômetros antes de desligar o motor. Assim, quando for dar a partida, a central já saberá com que combustível está lidando. O software está sempre fazendo comparações das leituras dos sensores com milhões de mapas contidos no banco de dados da central e trabalha de modo sequencial, ou seja, uma comparação após a outra. Estacionar o veículo logo após o abastecimento com o novo combustível prolonga esse tempo de aprendizado.
Às vezes é bom misturar os dois combustíveis ou alternar o abastecimento entre um e outro
MITO – Se houvesse essa obrigação, o conceito de carro flexível não faria sentido. Os motores são desenvolvidos para funcionar com qualquer um dos combustíveis ou suas misturas, independentemente da proporção ou frequência no abastecimento. É por essa razão que também não é verdade a lenda que diz que se deve abastecer só com álcool no primeiro tanque.
O sistema flex pode se acostumar – e até viciar – se usar apenas um dos combustíveis
MITO – Os veículos flex podem passar toda sua vida útil usando somente um tipo de combustível sem qualquer problema. Há quem afirme que, quando o desempenho com um combustível cai, é preciso zerar ou reprogramar a central eletrônica de injeção. Mas essa é apenas uma solução extrema. O que pode acontecer é que, em determinadas situações, devido a mudanças bruscas de algum parâmetro, o software esteja ainda longe do mapa adequado. Ao se resetar o sistema, o que se consegue é que o mapa adequado seja localizado logo.
Um flex nunca tem o melhor desempenho ou consumo, quando comparado ao motor só a álcool ou só a gasolina
EM TERMOS – Para que o motor pudesse lidar com dois combustíveis tão diferentes, as fábricas tiveram de escolher um meio-termo, mas com uma premissa: o consumo do flex, quando abastecido com gasolina, é igual ao do mesmo veículo a gasolina. Entretanto, o flex abastecido com álcool, comparado a um carro a álcool similar, tem consumo superior e potência inferior. E o desempenho rodando com gasolina também é pior. A razão: o poder calorífico menor do álcool – 25% a 30% menos que o da gasolina.
Abastecer um carro só com álcool compromete sua vida útil
MITO – O flex é a evolução do carro a álcool e, por isso, é dotado de todas as proteções necessárias para suportar a agressividade desse combustível. Todos os componentes que tenham contato com o álcool são projetados para resistir por toda sua vida útil. Portanto, não é verdade que o flex tenha manutenção mais cara. Ao contrário. O álcool, por não gerar gomas e depósitos, não forma carbonização na câmara, o que mantém o motor mais limpo e não compromete o óleo lubrificante, diminuindo desgastes.
Carro flex demora mais para pegar, mesmo com o reservatório de partida a frio cheio
MITO – O sistema de partida a frio dos carros flex, que tem um reservatório extra de gasolina, supre o problema. Em geral o sistema é calibrado para injetar gasolina quando a temperatura ambiente está abaixo de 18 ºC. Mas às vezes pode acontecer de o reservatório estar vazio e o motor ter dificuldade de partida, porque nem todo automóvel tem um sistema de aviso. No entanto, se essa gasolina acabar, não significa que o carro possa sofrer algum tipo de quebra, como muitos acham. No máximo a bateria vai sofrer. A utilização constante dessa prática pode ocasionar uma grande demanda de carga, principalmente nos dias frios, acarretando diminuição da vida útil da bateria.
A gasolina que fica no reservatório de partida a frio envelhece
EM TERMOS – Depende do carro flex e do combustível que se usa. Alguns modelos não acionam o reservatório de partida a frio quando abastecidos com gasolina, como o Palio e o Gol. Assim, a gasolina do reservatório pode ficar muito tempo armazenada e envelhecer. Para esses carros, deve-se substituir essa gasolina a cada seis meses. Em outros modelos, o combustível não tem tempo de envelhecer. Nos sistemas mais modernos de controle do motor, é previsto um pequeno consumo de gasolina do reservatório. Assim, quando chegar ao nível mínimo, o reservatório será abastecido com gasolina nova, evitando o envelhecimento. É o caso do Honda Civic e do Fit. Independentemente do combustível que se use para rodar no dia-a-dia, é recomendável que o reservatório esteja sempre abastecido, para evitar o ressecamento das peças e formação de depósitos. E de preferência com gasolina aditivada, que dissolve os depósitos que vão se acumulando e mantém a goma formada pela oxidação da gasolina em suspensão, evitando que se deposite.

Adaptado da Revista Quatro Rodas

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